2 de julho de 2003

Um Nobel presunçoso

José Saramago, 0 “Português� laureado com o prémio Nobel da Literatura pela Academia Sueca, avisou esta Semana(2002-03-07) que se o PSD ganhar as eleições, ele Saramago não participará em qualquer iniciativa governamental ou cerimónia Pública. Qual Presunção. O Nobel Saramago talvez não saiba, por ignorância ou por maldade, que não tem lugar cativo no Protocolo de Estado ou nas listas de precedências das Regiões Autónomas. Por isso, quando é convidado, o é apenas por especial deferência do mesmo Estado ou Região Autónoma, entidades que, principalmente em Democracia pluralista, não deixam de ser o que são por serem representadas por quem são.
Assim, quem declina convites deferentes do Estado Nação, declina um convite do seu próprio Povo. Quem o faz, é mal educado, intolerante, arrogante, presunçoso e não merece a cidadania Portuguesa. Aliás Saramago despreza a Nação e agora pretende desprezar o Estado, optando mesmo por, viver a maior parte do tempo fora do País, numa luxuosa casa na Ilhas Canárias, longe dos problemas e das questões que afligem quotidianamente os Portugueses. De quando em vez, vem a Portugal., dá uma meia dúzia de “arrotos� para a imprensa, para lembrar ao Portugal anónimo que existe, para lembrar ao Portugal generalista (que se está a “nas tintas� para a literatura e para a língua Portuguesa) que afinal ele existe e que não é Espanhol.
Resta saber e a dúvida permanecerá, se Saramago não anunciou esta medida numa antecipação aquilo que Ele acha que vai acontecer. Ou seja, como sabe que, com o PSD no poder, não vai ter qualquer tipo de especial deferência e “apadrinhamento� ou “apaparicamento�, antecipou-se e disse que era ele que não queria ir a cerimónias públicas. Assim o “Povão� fica sempre sem saber se o Homem não foi porque não quis ou se não foi porque ninguém o convidou.
Contudo, a grande verdade é que o facto de ser Português, o facto de Portugal não ser laureado com um nobel há já bastantes anos pesou, certamente muito, na decisão da academia Sueca. Se Saramago não fosse Português, provavelmente não tinha recebido o Prémio Nobel.
No dia em que Saramago ganhou o Nobel, o galardão terá envaidecido o autor, terá envaidecido alguns Portugueses, terá envaidecido alguns comunistas mas certamente ao nível das elites intelectuais do resto do mundo, o prémio nobel perdeu o valor que tinha em termos de objectividade e de imparcialidade nas suas escolhas. Na verdade, o prémio que se pretendia laureasse um escritor de causas, generalista, internacional e abrangente, acabou por agraciar um escritor que já se sabia era Sectário, requintadamente vingativo, visceralmente Comunista e agora se sabe que é presunçoso, arrogante e intolerante. Qual erro.

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