20 de janeiro de 2004

Por um prato de lentilhas

O André é daquelas pessoas com quem dá muito prazer polemizar. Dá prazer fazê-lo à boa maneira do Século XIX. No fim somos todos bons rapazes só discordamos uns dos outros de quando em vez.
Passo ao discurso directo
Caro André, entendeste bem a intenção do Aviz e compreendeste ainda melhor a minha, foi apenas uma tentativa de completar o que o Francisco J. Viegas havia dito, acertei em cheio, por isso replicaste.
Entendo, melhor do que possas pensas, o papel desempenhado pelos assessores. Só não compreendo é o facto de muitos Jornalistas enquanto não são assessores dizem cobras e lagartos dos que são e quando se passam para o outro lado já tudo é normal.
A forma repenicada, disfarçada, cor-de-rosa como as noticias são fabricadas nos gabinetes dos assessores ou ao telefone com os tais colegas que se vendem por um prato de lentilhas é que me preocupa. Os assessores, na sua grande maioria, fabricam noticias, fabricam fantasmas, fabricam opiniões e isto é mau. Para mim é quase tão mau como os serviços informativos da TVI e o 24 Horas. Por isso, quando abrimos os jornais lemos dezenas de noticias que mais tarde vimos a saber que são enormes falsidades.
Numa coisa estou de acordo contigo, “Pior, pior, são aqueles que, permanecendo jornalistas, ao abrigo da objectividade, da imparcialidade e de outras "dades" igualmente meritórias, escrevem sobre o que lhes pedem, da maneira que lhes pedem, em troca de um "fillet mignon au poivre" ou de outra coisa qualquer.”

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