31 de maio de 2004

Dia dos Açores

Hoje comemora-se o dia dos Açores, da Autonomia, da Açorianidade . Bem sei que a escolha desta Segunda-feira da pombinha, como aliás disse ontem, tem a ver com a grande devoção que o povo destas Ilhas dedica ao Divino Paracleto.

Contudo, muito embora a escolha do dia para feriado regional tenha sido de largo consenso e por maioria qualificada da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, democrática e universalmente eleita, não é para mim, o melhor dia para se comemorar a autonomia dos Açores.

A coincidência com a Segunda Feira do Espírito Santo, provoca por estas ilhas a diante, uma enorme confusão. Na realidade, quantos açorianos estarão cientes de que hoje além da pombinha também estão a celebrar a Autonomia? Muito poucos diria eu.

Muitos dirão que a escolha poderia ter recaído sobre o dia 6 de Junho. Data em que se deu uma grande manifestação de lavradores em Ponta Delgada e que veio a ser aproveitada pelos políticos autonomistas da altura como espoleta para o que viria a ser o segundo movimento autonomista das Ilhas dos Açores. Não. Também não me parece uma data feliz, até porque gera confusões entre separatistas e autonomistas, sendo verdade porém que, não passou de uma manifestação de lavradores que contestavam o facto das fábricas não quererem subir o preço do leite em cerca de 10 centavos.

Culpas para o General Altino de Magalhães que na madrugada do dia 9 do mesmo mês mandou prender algumas figuras proeminentes do meio social e politico, fazendo dos mesmos os primeiros presos políticos do pós 25 de Abril. Deste tema falarei para a semana.
O dia certo para se comemorar a autonomia dos Açores é, na minha modesta opinião, o dia 2 de Março, data da conquista da primeira autonomia que se viu gorada por razões de ordem financeira.

Temo que esta nossa segunda autonomia esteja a padecer do mesmo mal. Não corremos o risco de perder autonomia no papel mas todos os dias por via de uma conta de deve e haver vamos perdendo capacidade de intervenção junto do poder central. Ninguém tem força para reivindicar seja o que for, quando vai de mão estendida. Para as nações tal como para os indivíduos tudo de rege por esta conta de deve e haver e por ela, cedo os pódromos da decadência de denunciam. A ver vamos.

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