30 de maio de 2004

Domingo do "sô esprite sante"

Hoje é domingo do Senhor "esprite sante", festa meio profana meio religiosa em honra da terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Os pormenores, a sua origem e tradições deixo-os para os historiadores e antropólogos.
Nestes dias, por todas as Ilhas dos Açores e nas comunidades Açorianas espalhadas por este Mundo fora, louva-se o Divino Paracleto.
Se há alguma coisa que une os Açorianos e representa verdadeiramente a açorianidade, esta coisa é, sem sombra de dúvidas, a devoção ao Divino Espírito Santo e as suas festividades.
A escolha da Segunda-feira da "Pombinha" como feriado Regional é bem elucidativa da importância que este dia tem para todos os Açorianos, estejam onde estiverem.
Embora unidos neste dia, permanecem sempre algumas divergências e bairrismos, característica também da açorianidade, as velhas rixas entre a "musica velha e a musica nova" de Cristóvão de Aguiar na sua Raiz Comovida.
Ontem desci a Rua D'Arquinha, em Ponta Delgada, engalanada com plásticos de todas as cores para louvar ao Divino.
Outrora, na Rua vizinha do Passal, também se organizava um império com grande pompa e dimensão. Era o Sr. "esprite sante" da Rua do passal comandado pelo "més Mané pintô", em contra ponto com o império da Rua D'Arquinha do "Més Mané Carreiro estofadô".
As rivalidades eram muitas e ambos disputavam ser abrilhantados pela "Rival das Musas" a mais importante filarmónica da Cidade.
Certo ano, desesperado sem argumentos que lhe valessem perante a grandiosidade do império da Rua do Passal, "Carlins" um daqueles ferrenhos D'Arquinha virou-se para o mestre Manuel pintor e disse-lhe prontamente , "Eh més Mané o sô esprite sante d'arquinha tá-se cagando pó sô sprite sante da rua do passal!."

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