21 de junho de 2004

Cristóvão de Aguiar

No último mês fui "Um Grito em chamas" na "Nova relação de Bordo". Fui "Passageiro em trânsito" entre a trilogia de "Raiz comovida". Nada de recensões, nada de sinopses, nada dessas presunções e literatices que não sei fazer.
Fui, um visitante da Açorianidade.
Se o conceito nasceu com Vitorino Nemésio, certamente tem em Cristóvão de Aguiar um continuador. Com a excepção para "Passageiro em Trânsito", onde há uma clara alteração do estilo, as restantes obras são belíssimos exemplos de critica dos costumes das nossas Ilhas e das nossas gentes, gentes que fizeram e fazem a nação Açores.
Nelas, nas obras de Cristóvão de Aguiar, com destaque para o primeiro de raiz comovida, está tudo no seu lugar, consigo imaginar o luzir dos instrumentos da "Musica Nova", o cheiro da terra das estufas, daquela fatia de pão com manteiga de vaca que ficou por comer, dos "charrinhos" fritos, do mar das Calhetas. Vi como que real a "branquidão" das ajudantes do Dr. Alemão, ali à rua do Contador onde na minha infância passei várias vezes ao dia nas minhas deslocações entre a casa de meus pais e a escola. Já não havia o Dr. Alemão. Estavam lá, a deambular pelo jardim os Cães do Sr. Gilberto Nóbrega, dois lindos Lobos da Alsácia sempre pendurados na varanda. Cães de verdade, não dos cães do "Passageiro em trânsito" ."Que canelas pensais vós mordiscar, ó cães literatos, sem possuirdes a dentição completa?"

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