2 de julho de 2004

A crise. Cena final

Não digo mais nada sobre a crise. Estou farto da crise e da argumentação aduzida por uns e por outros.
É verdade que a esquerda sempre me irrita mais ou pouquinho do que a direita, mas o que mais me irrita é a falta de imparcialidade. Já disse e volto a dizer que não gosto do Santana e não morro de amores pelo Portas.
Contudo, porque razão o José X e que foi eleito nas listas do partido Y pelo circulo W e os seus N eleitores, vão ver o mandato do representante do povo interrompido só porque o PM se foi, fugiu, foi promovido, o que lhe queiram chamar? Nenhuma.
Por isso, enquanto houver solução parlamentar, no meu entender de parlamentarista convicto, não deve haver dissolução. Caso contrário, mudem a constituição e transformem a democracia portuguesa num regime presidencialista com eleição directa do chefe de governo.
No regime parlamentar puro, a legitimidade do Governo imana do parlamento. A legitimidade do Parlamento imana de eleições democráticas e directas. O parlamento representa, de facto e de direito, o Povo ao qual me orgulho de pertencer.
Ao Senhor Presidente da República cabe regular e zelar pelo bom funcionamento das restantes instituições democráticas. A ele cabe a última palavra. Esperemos serenamente pela sua decisão, na certeza porém que, quanto mais demorada ela for, mais contribuirá para o clima de instabilidade criado pela crise politica instalada.

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