16 de julho de 2004

Uma "boleia" à portuguesa

O João Nuno deixou-nos hoje no : ILHAS este belíssimo texto que merece da minha parte uma reflexão que não cabia num mero comentário a deixar no Blogue deles. Em primeiro lugar devo dizer que estou muito satisfeito por ter atribuído ao articulista (meu primo) o prémio de melhor escritor da Blogosféra Açoriana e ao : ilhas o de mais eclético e melhor Blogue colectivo dos Açores. Se alguma coisa estava por provar, os rapazes fizeram o favor de o confirmar.
Estou capaz de concordar com o comentário do  André no que concerne a essa obsessão do PSD no que diz respeito às relações entre o PS e o BE.  Devo dizer que ela não me choca nada, chocar-me ia muito mais se o PS andasse atrelado ao PCP, esta esquerda ultrapassada e radical que ainda usa na sua bandeira os símbolos do terror Estalinistas da foice, martelo e estrela e em cujas estruturas existe bastante de tudo e muito pouco de democracia.
Também eu, fico com a sensação que, essa obsessão do PSD e de muitos dos seus militantes e dirigentes, constitui uma espécie de desculpa por andarem a reboque ou à trela do CDS/PP, consoante se queira considerar o PSD um enorme atrelado onde cabe toda a espécie de gente, desde a esquerda mais radical até à direita ultra nacionalista ou um Cão onde todas as pulgas têm lugar independentemente da sua cor raça ou credo.
Tal como, aqui e em outras sedes disse e repito, não morro de amores por essa coligação, não sou por natureza um situacionista, sou mais do contra-poder, das grandes questões e das pequenas bandeiras. É mais fácil para um permanente interventor e repentista ser da oposição do que pertencer a um partido do arco do poder, ter que engolir sapos quase todos os dias e sofrer as enormes dores que um tiro nos pés provoca.
Bem sei que a minha opinião pouco importa, mas não contem com o CDS/PP para rebocar ou acartar no pêlo, seja quem for que, depois venha desdenhar da boleia. No CDS/PP há muito boa gente que estará disposta a soltar o atrelado ou sacudir as pulgas.
Não se esqueçam, Mais quero asno que me carregue que cavalo que me derrube.


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