5 de novembro de 2004

Entre o Mar e o vento Norte

Apesar das noticias alarmistas das Televisões vindas da "ocidental praia lusitana", não caíram casas nem atafonas nem o mar galgou a terra. Apesar dos avisos (amarelos alaranjados e lanranja ferrados) da protecção Civil, o vento não soprou e a chuva não caiu. A alvorada foi linda, sem uma nuvem no céu. Qualquer dia já ninguém liga a esses avisos alarmistas e quando for a sério, aqui de El-Rei quem me acode. Os Helicópteros estão velhos e estacionados na Base das Lajes, levam 1 hora para chegar a São Miguel. Também isso o que é que interessa, morram os "Japoneses". Pum!. A Oriente o abandono. Pois alevá.
Não percebo, não consigo mesmo compreender porque razão o Serviço Regional de protecção civil não tem já meios aéreos de socorro estacionados, pelo menos, em São Miguel e Flores para além da Terceira e Faial. Uma ambulância aérea seria muito mais barata e eficaz do que as Scut para o Nordeste, do que os fretamentos à SATA e à FAP.

Ouço as crianças numa algazarra saudável e feliz a brincarem no recreio da escola da Vila, um belo exemplar do plano dos centenários. Entre os galhos da ameixieira do quintal vejo o céu azul cobalto, as bananeiras dançam ao ritmo da brisa fresca do Norte. Vila do Porto está hoje mais bonita do que nunca, acordou com os olhos virados ao Sul mas com os outros entidos no vento norte. Vento que desce pela encosta do Pico Alto e nos enche do perfume dos eucaliptos e dos incensos. "Foi o barro de Almagreira que moldou a nossa sorte, essa sorte marinheira, entre o mar e o vento norte".

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