3 de dezembro de 2004

Ainda há esperança

Acho que o açoriano é pouco culto e pouco preparado mas este é um problema de gerações. Não é despido de raciocínio, nem de iniciativa, nem de trabalho. Há grandes bolsas de pobreza espiritual, especialmente em S. Miguel e na Terceira, mas não somos diferentes do povo português. Não raciocinamos em termos filosóficos e culturais, mas em termos práticos sabemos muito bem o que queremos como, aliás, se viu nas últimas eleições?


Eis um bom exemplo de desassombro e de honestidade intelectual. Gustavo Moura. Perdão o Senhor Gustavo Moura, nesta entrevista mostra claramente a sua faceta de Homem justo e honesto intelectualmente. Coisa que não se pode dizer de muitos jornalistas da nossa praça, muito menos dos que pululam no pasquim que publica esta entrevista. O Expresso das Nove de hoje até parece um jornal a sério. Além de dar voz ao Senhor Gustavo Moura, dá ainda a palavra a outro dos homens bons que conheci, Carlos Almeida. Numa dimensão diferente e ainda sem o peso e o conhecimento que só a idade pode dar, o ex-dirigente do Santa Clara não deixa os seus créditos por mão alheia.


Ao contrário do que foi dito publicamente, nunca ninguém me mandou embora do Santa Clara. Tive a hombridade de dizer basta! Devido ao desgaste acumulado nos últimos anos (alguns dos quais, se não estive sozinho, pouco faltou), não reunia as capacidades mínimas para continuar no clube. Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de virar a cara à luta. Se tomei esta atitude foi porque realmente sentia que não conseguia continuar naquela vida. Todavia, digo com sinceridade que, naquele momento, senti que, para algumas pessoas, eu era visto como um incómodo.

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