19 de outubro de 2005

Orçamento Geral do Estado

É admirável a forma como o PSD nacional lidou com o orçamento de estado. Já aqui disse muitas vezes que a coerência, para mim, não é um princípio fundamental, ser sempre coerente pode significar errar e persistir no erro. Se, por exemplo, o Partido Socialista fosse coerente com o discurso de quando era oposição, ainda há pouco tempo, certamente não teríamos um orçamento de estado de rigor e contenção como temos hoje. Deve aqui enaltecer-se a falta de coerência e a coragem do governo do PS, bem como a atitude construtiva, plena de sentido de Estado e, neste caso, coerente deste PSD de Marques Mendes face a um orçamento que, no essencial e na sua filosofia, pouco ou nada difere dos anteriores apresentados por Manuela Fereira Leite e Bagão Félix. Escrevi algures (penso que num comentário no Bicho Carpinteiro) há dias que, este orçamento pouco ou nada podia ter de diferente dos anteriores. Nas ciências económicas e financeiras, tal como em outras, está quase tudo inventado, pode ser-se mais ou menos imaginativo, mais um menos reaccionário, mais ou menos criativo. Contudo, quer na economia quer nas finanças, tal como na culinária, só se fazem omeletas com ovos. Quanto à restante oposição, uma palavra chega para classificar. Ruído.

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