11 de junho de 2006

Do fim da coluna à consagração

Passaram ontem 3 anos sobre o desaparecimento da Coluna Infame, um dos primeiros senão o primeiro blogue português, mantido pelo Pedro Mexia e pelo Pedro Lomba. O fim da Coluna Infame e o aparato noticioso que gerou, no meu entender, foi o principal marco na história da blogosfera nacional. Na verdade, foi a partir dessa data que começaram a aparecer blogues em maior número e mais heterogéneos. Pode, por isso, dizer-se que o mês de Junho e o restante ano de 2003, são um marco importante na história da blogosfera nacional. 2004 é o ano da consagração.
Também aqui, foi Junho de 2003 o mês que marcou o início da auto denominada blogosfera de endemismo açorico. Que se saiba, o Foguetabraze com inicio em 25 de Junho e o Entramula a 26 do mesmo mês, com algumas horas de diferença apenas, são os blogues mais antigos do arquipélago.
Três anos a escrever, a usar o poder das palavras. Ao princípio, sem saber bem para quem e se para alguém. Depois, tendo a nítida sensação de que estava a escrever para um núcleo muitíssimo restrito de pessoas que pululavam à volta deste fenómeno. Hoje, com a certeza de escrever para gente que não sei quem é, onde está ou porque razão visita o blogue.
O leitor de blogues procura novidades, opiniões diferentes das filtradas pelos media tradicionais, noticias que não passam nas rádios, textos de humor que poderiam levar ao tribunal o director do pasquim da aldeia. Enfim uma panóplia de coisas diferentes das que se vêem, diariamente plasmadas nas páginas dos tablóides e dos outros jornais de referência.
Esse crescimento, no número e na diversidade de leitores, obriga a uma escrita mais generalista, menos feita de recados para o vizinho do lado ou de private jokes. Se quisermos manter os leitores atentos e interessados (e não haja dúvidas que é isso que qualquer blogger tenta fazer), não é absolutamente necessário sangue mas convém alguma cor e animação. Quase sempre, os melhores textos, as melhores mensagens não são os mais comentados ou os mais visitados. Por isso, se pretendemos que as nossas mensagens sejam lidas pelo maior número possível de leitores, há que manter esses mesmos leitores atentos e interessados, trazendo coisas novas ou até menos novas mas esquecidas, com a regularidade que se impõe.

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