9 de agosto de 2006

O sindroma do polvo

Não há dúvida que a orla costeira da Freguesia de São Roque necessitava de uma intervenção, defendo-o há anos, mas essa intervenção teria que ir para além de uma obra ridícula, merecia uma plano integrado de investimento que envolvesse a população local e a valorização do seu património que se encontra degradado.
Ao contrário do que diz o Pedro e dizem muitos outros fazedores de opinião, o pecado neste projecto não está no facto de promover o negócio imobiliário. O pecado está precisamente no facto deste projecto ser tão pouco ambicioso que não irá permitir grande desenvolvimento e requalificação daquela Zona, desde logo pela exiguidade das faixas de terreno sobrantes e pela falta de qualidade do quebra-mar
Se fosse eu a decidir, e será porventura por isso que não sou, aquela via litoral teria sido construída com mais arrojo, ganhando mais terrenos ao mar, mais ampla, mais protegida do mar e ganhando mais terrenos cuja venda reverteria a favor do financiamento da própria obra. Assim, da forma como foi projectada e executada, temo que de pouco ou nada sirva.
Começa a irritar-me essa atitude persecutória em relação aos promotores imobiliários e construtores. Até parece que têm bicho.
A Construção civil e obras públicas constituem o segundo sector mais importante da economia dos Açores e emprega mais de 20% da população activa destas Ilhas. Cabe ao Estado (Região) e às autarquias promoverem investimento público que possa potenciar a economia regional e local. Cabe, por isso, ao Estado (Região) e às autarquias o cuidado na gestão criteriosa dos parcos recursos que os Açores podem aceder.
Entre as maleitas e as coisas boas, ficou feito o saneamento básico. É que antes, ia tudo recto correcto pró calhau.

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