29 de novembro de 2006

Sem título

Eu gosto destes dias em que as luzes da rua acendem às 4 da tarde. Venta, chove, faz frio, até no Algarve dos Açores onde as coisas se passam ao ritmo bom da vida, quase parado. Passa-se qualquer coisa. Lembro o dia em que aqui cheguei pela primeira vez nos idos de Agosto de 1987. Estava (estou) apaixonado por uma cagarra, apaixonei-me pela lha, pelas suas gentes, pela maneira de ser pelo modo de vida. Infelizmente, faltam elites, vão-se perdendo tradições e o que se faz de novo é bem pior do que o que havia dantes. Aqui, como no resto da humanidade, os políticos são o espelho do que resta de um Povo. A gente é um reflexo dos seus políticos mas não devia ser.
Vivem-se quimeras vãs. Eu gosto das pessoas que sonham, mas quando esses sonhos fazem o mundo pular e avançar como nos poemas do Pessoa há 70 anos. Não gosto dos sonhos perdidos de encontro os balcões dos cafés ou nas tertúlias de clubes em decadência. São sonhos estéreis.
Sonhei um dia ser poeta em Vila do Porto, nunca mais escrevi um verso. Esta é uma ilha de poetas que não escrevem poemas, que não escrevem livros, que não lêem livros. Poetas que se perdem entre dois copos e uma novela da TVI. Mas poetas.

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