24 de setembro de 2007

Pagamos todos nas compras da semana.

Embora o movimento de mercadorias tenha “estagnado” os lucros do Porto de Ponta Delgada subiram 250%. Um fenómeno que não tem a haver com a diminuição de custos ou com o aumento dos trabalhos portuários mas só e apenas com as taxas. Taxas essas que pagamos nós todos na conta final da mercearia.
Esse facto, por si só, explica a elevada taxa de inflação ocorrida nos Açores. Esta semana alguns indicadores económicos foram divulgados “propagandisticamente”. Outros, porém, foram propositadamente olvidados. Importa saber e comparar, por exemplo, o índice de preços ao consumidor, os níveis de conforto e bem-estar das famílias, o poder de compra, os salários médios.
O sector primário continua a ser o nosso principal vector económico. Ou seja, ainda estamos ao nível do terceiro mundo, com sectores como a agricultura de subsistência e pequeno mercado a absorver uma boa faixa da população activa, o que explica a baixa taxa de desemprego.
Todos sabemos que, uma tão baixa taxa de desemprego não é um bom indicador, é boa propaganda mas é preocupante do ponto de vista do desenvolvimento económico. Taxas de desemprego abaixo dos 7%, representam falta de mão-de-obra disponível, isso atrofia a economia e cria calos nas bases da pirâmide etária. Veja-se, por exemplo as Ilhas onde há pleno emprego. Os Jovens “fogem” para as Ilhas mais próximas ou migram para o Continente, vão ficando os reformados e os acomodados ou os bem empregados. Essa situação não permite inovação e empreendedorismo. O diploma que criou incentivos ao investimento nas chamadas Ilhas da coesão, estava e está pleno de bonomia. Contudo, é tarde. Já não há capacidade de reacção. Serviu, apenas, para que as Sociedades anónimas de capitais públicos vissem majoradas as subvenções a receber do dos fundos comunitários. Se é que essa não foi a intenção que presidiu à feitura do diploma.

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