26 de abril de 2008

Falta alma à Política nos Açores.

Se há uns meses se dizia que ao ir ao estádio da luz equipado à Benfica se corria o risco de ser convocado para o jogo, hoje será natural admitir que ter uma ficha de inscrição no PSD é bastante para se ser presidente do maior partido português.
Mal vai a nação que entre os seus mais válidos estão os que estão. Não me recordo das palavras precisas de Platão mas lembro-me do conceito que dizia mais ou menos isso: Se não participarmos da vida pública e política, acabamos governados pelos menos capazes. Para as nações como para as nossas casas, o princípio é o mesmo.
O estado a que chegou o PSD, ao invés do que se diz, não é culpa dos que por lá andam e andaram, é, sim, dos que por lá não quiseram andar.
Também, por cá, se aplica essa teoria helénica, só é possível a má moeda expulsar a boa moeda, porque a boa moeda não luta pelo poder, espera que este lhe seja entregue. O poder, conquista-se com trabalho, abnegação, sentido de servir, luta e ideias, coisa que a auto intitulada boa moeda não sabe fazer. Não será essa auto-denominada boa moeda, a verdadeira má moeda?
Essa gente que se acomoda na mesa de um qualquer orçamente de reforma ou numa prateleira dourada da troca de influências num grupo privado. Essa gente que espera, e enreda nos antros da má-língua e de intrigas palacianas e vómitos públicos lhe seja entregue o poder, terá préstimo para alguma coisa?
Goste-se ou não do estilo e da figura, tire-se o chapéu a Pedro Santana Lopes, nunca se curvou aos salões, nunca se deixou enredar pelos ditos barões, nunca vendeu a alma ao diabo para obter o poder, lutou e luta sem medo pelo mesmo. Isso tudo à parte de ainda se estar por saber que fez ou deixou de fazer para ser vítima do mais vil e antidemocrático golpe baixo que a política portuguesa conheceu desde a morte de el-rei D. Carlos.
Falta à nação Açores, um pequeno guerreiro, mais culto, mais capaz, mais credível, mas tão guerreiro como Pedro Santana Lopes.

Infelizmente, esta Região de imbecis oportunistas sentados na porta das secretarias regionais e do palácio de Santana, perdida nos enredos do proteccionismo e da omnipresença do Estado/Região nos mais diversos sectores da economia, fez do partido socialista um partido maior, mais rico, mais poderoso . Mas, também o transformou num partido feito de roles de lacaios das empresas protegidas amontoados nos corredores e nos gabinetes do poder. O poder, porém, muda e esses mesmos lacaios mudam de dono, de credo, de religião. Contudo, haverá sempre Homens e Mulheres de boa memória para lembrar, a uns e a outros, por onde andaram, o que fizeram e o amontoado de coisa nenhuma que são e representam.

Escrito no ar, algures, entre Ponta Delgada e Boston.

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