6 de outubro de 2008

Portugal feito país de parolos

Provavelmente mais de metade dos blogues portugueses já abordou esta temática. Contudo, como não tenho andado por aí, arrisco este texto fora de horas.
A Câmara de Lisboa, (com Zé ou sem Zé?) entrou num negócio, daqueles que o Zé chamaria “negociata” com a fundação da Ex-Ministra do Hemofílicos que ostenta o nome e o dinheiro desse representante do grande capital que dava pelo nome de António Chapalimaud. É claro que essas são palavras escritas por aquele meu dedo mindinho do pé, mais ananicado, de unha suja e ranhoso que de vez em quando se atreve a ser de esquerda.
Depois venho eu, que sou todo de direita e cada vez mais liberal e explico ao meu dedo mindinho do pé que o sr. Champalimaud foi um grande Homem, filantropo, magnânimo e de uma astúcia e inteligência invejáveis. Explico ainda que a escolha da Ex-Ministra de Cavaco Silva, em testamento, para dirigir a sua fundação, foi o melhor atestado de competência e seriedade que alguém poderia ter passado à Dr. Leonor Beleza.
O que eu acho extraordinário nesta noticia é que António Costa revelou ainda que a ambição da Câmara é ter na cidade peças de grandes arquitectos "dos cinco continentes": "Vamos ter uma peça de um grande arquitecto asiático; mais à frente de um grande arquitecto americano [o brasileiro Paulo Mendes da Rocha que irá elaborar o projecto do novo Museu dos Coches]. A 09 de Dezembro espero que o senhor primeiro-ministro esteja em condições de anunciar outro projecto mais à frente de um arquitecto africano".
Haverá alguma coisa mais parola do que isto? Eu gostava mesmo era que os grandes arquitectos portugueses tivessem obras suas nas maiores capitais do Mundo. A Câmara podia, por exemplo, começar por lhes dar trabalho e oportunidade abrindo um concurso de ideias.

Sem comentários:

Arquivo do blogue