2 de julho de 2010

Uma greve incompreensível.

Os tripulantes de cabine da SATA estão em greve. Estão no seu direito.
No entanto, esta e outras greves que têm acontecido num passado recente, são bem demonstrativas do grau de alienação em que vivem os cidadãos que têm estabilidade e garantias dos seus postos de trabalho. Na verdade, estão a borrifar-se para quem está a passar pela privação do emprego ou simplesmente pela privação de salário (há muita gente a fazer um esforço para salvar o seu posto de trabalho e sem receber vencimentos há meses). No momento económico que vivemos não há quem compreenda uma greve em nome de regalias e promoções. Só um sindicato que quer garantir o seu poder e um grupo de trabalhadores inconscientes e egoístas pode concordar em fazer uma greve numa altura tão importante para a companhia e para a economia da nossa Região como é o período que começou ontem, o período de férias preferido dos cidadãos do Hemisfério Norte.
Muitos trabalhadores da SATA e uma boa maquia do pessoal navegante comercial têm defendido a importância estratégica da companhia para o desenvolvimento do turismo na Região e para o desenvolvimento da nossa paupérrima economia. Uma greve nesta altura é de uma total irresponsabilidade e desrespeito pelos demais agentes económicos de uma região pobre e com uma forte possibilidade de entrar em colapso financeiro se houver uma redução das transferências do Estado por via da Lei de Financiamento das Regiões Autónomas.
Numa altura em que o sector do turismo vive os piores dias desde que de sector se pode falar, é incompreensível uma greve por parte de um grupo de trabalhadores de uma companhia aérea, que tem um regime de monopólio e que paga aos seus trabalhadores muito acima do que é pago em muitas outras economias mais fortes do que a nossa.
Também na gestão das relações laborais, a concorrência e o mercado provocam os seus efeitos, quem tem o monopólio também tem essa pressão em cima.

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