31 de julho de 2013

É como der mais jeito...

Em Angra, uns escondem o símbolo dos partidos os outros a cara do candidato. No fundo, a estratégia é similar.

17 de julho de 2013

Tão atual como há 4 anos

Nas vésperas das autárquicas de 2009, há 4 anos, escrevi neste mesmo espaço assim:

Quando é que vai haver governo?

O Governo desta choldra a que alguns teimam a chamar Portugal, regressou da sua silly season directamente par a campanha eleitoral das autárquicas. Digamos que para lá de 2 meses que não temos governo. Fez falta? Nenhuma.
Post Scriptum: "Governa melhor quem governa menos".
Os juros da dívida pública mantêm-se o Presidente vai às Selvagens e depois vai de férias para o Algarve, o Povo sereno parte em férias e daqui a dias estamos a eleger os nossos novos autarcas, teremos uma solução de regime que nos imporá mais umas atrocidades e afinal estão todos de acordo até Eanes e Sampaio  concordam com Cavaco.
Sem governo estamos melhor, muito melhor.

16 de julho de 2013

É tudo uma questão de lastro...

Foi com D. João II, com o Marquês de Pombal e o Intendente Pina Manique, com Rodrigo da Fonseca, com Oliveira Salazar e agora com um pacto de regime. Este país só estabiliza e se deixa ser governado de forma musculada. Falta lastro a este Povo para poder navegar nas águas atribuladas da democracia.

14 de julho de 2013

Ramón Gómez De La Serna

De quando em vez revisito Ramón Gómez de la Serna, mesmo com outras leituras entre dedos e na espuma destes dias em que os afazeres da academia me obrigam a ler outras coisas, revisito Goméz de La Serna  e a sua magistral autobiografia. A sua prosa desconcertante, não é dificilmente catalogável no espectro das correntes estético-literárias. O autor nasceu já no fim do realismo e naturalismo que caracterizaram a segunda metade de XIX tendo, por isso, desenvolvido toda a sua atividade literária na primeira metade de XX, portanto, sob influência estética do modernismo. As suas obras são referência dessa corrente literária à escala planetária com especial relevo na chamada hoje de Ibero-América. Na verdade, Gómez De La Serna influenciou muitos escritores hispano-americanos da época nomeadamente os brasileiros Mário de Andrade e Oswald Andrade (outro revisitado). Em Portugal foi António Ferro, editor da revista Orpheu e como tal digno representante do Orfismo (modernismo português)  quem melhor caracterizou o percurso de Gómez de La Serna sobre o qual  Ferro disse um dia  ser um “palhaço, saltimbanco, cujos dedos são acrobatas na barra da sua pena”.

(…)No quiero haber vivido mucho, ni viajado mucho, ni amado mucho, ni escrito mucho, sino haber levantado mucho la vista hacia las cosas asistido por mi alma limpia y altruista de pobre de solemnidad, y haber comprendido en esa contemplación y con tolerancia la inanidad de todo, y que entre lo inane lo que lo es menos es lo bueno y lo bello, entendiendo por bondad el cariño desinteresado por las ideas, por las cosas visibles e invisibles, por las personas nobles, y entendiendo por lo bello lo que ya está revelado como tal o lo que lleva latente y aun en secreto la belleza futura y sólo se sabe que es así por lo que se oye en los sueños y en los suspiros. (…)


Para quem gosta de ler em castelhano recomenda-se como leitura para este verão ou para outros verões que virão. Automoribundia (http://www.wook.pt/ficha/automoribundia-1888-1948-/a/id/2597552) ou ainda, uma leitura mais leve de algumas das sua Greguerias. (http://www.wook.pt/ficha/greguerias/a/id/2236297).

13 de julho de 2013

Porque a história da nossa vida não passa da história da nossa morte.

"Titulo este libro 'Automoribundia', porque un libro de esta clase es más que nada la historia de cómo ha ido muriendo un hombre y más si se trata de un escritor al que se le va la vida más suicidamente al estar escribiendo sobre el mundo y sus aventuras. (...)
Ramón Gómez De La Serna

Não, não temos elites.

As elites Açorianas padecem de uma moléstia cuja cura não será fácil. Os que se julgam urbanos e cosmopolitas, cultos e contemporâneos, pensam demasiado pequeno, prenhes de preconceitos esquecem muito rapidamente os que trabalham a terra para lhes por a comida na mesa. São como aquela cão que morde a mão que lhe dá de comer.
Não, não temos elites e isso faz toda a diferença.

10 de julho de 2013

Não me ofendam a Bimby sff...


Paulo Portas "a uma espécie de "bimby" governante". 
E a Cecília Honório é uma Bimba falante. 
Eu adoro essas "piquenas"  do bloco que comem Mac Donalds às escondidas e nos convencem que cozinham em panelas de ferro com trempe em cima das brasas.

9 de julho de 2013

Depois é que são elas.

Nem parece que estamos em crise….

É só ver o que vai por esses Açores fora de programas de “violas e brasileiras”. Autárquicas a quanto obrigas.

6 de julho de 2013

Um macaquinho numa loja de porcelanas.

Portas no Governo não é “um elefante numa loja de loiças”, é mais um macaquinho numa loja de porcelanas. Explico. Um elefante entra na loja de loiças e parte a loiça toda. Um macaquinho, ao invés, salta de prateleira em prateleira e vai partindo uma peça aqui outra acolá, bem escolhida e de preferência as melhores. De vez em quando faz uma paragem e põe um ar comprometido. Quando se trata de limpar os cacos, o macaquinho prontifica-se a juntar alguns deles e porta-se como se não tivesse sido ele o culpado da sujeira.

No meio de tudo isso tenho pena que Portas e Passos tenham conseguido “queimar” e deixar pelo caminho Victor Gaspar e, segundo consta, Álvaro Santos Pereira duas figuras nas quais detinha alguma esperança. Se as notícias que correm se confirmarem, preparam-se ainda para queimar mais duas figuronas que , na minha opinião, são uma reserva moral na política à portuguesa. Pires de Lima que representa o que de melhor existe na direita liberal em Portugal e Jorge Moreira da Silva que no espectro do centro-esquerda é uma mais-valia indiscutível. 

5 de julho de 2013

Aqui só passa quem eu quero...

Portugal tratou o voo de Evo Morales como se deve tratar um terrorista. Assim como tratou os voos da CIA como os tinha que tratar, como antiterroristas.

O terrorismo é a maior ameaça externa a que estão expostos os estados-nação nos dias que correm. Combatê-lo é agir de forma a garantir a segurança nacional.

4 de julho de 2013

Somos herdeiros das revoluções atlânticas, felizmente.

Hoje, 4 de Julho, comemora-se a passagem de mais um aniversário da constituição dos Estados Unidos da América. Daqui a 10 dias estaremos a comemorar o feriado nacional francês, a tomada da bastilha a 14 de julho de 1789, dez anos depois da Revolução Gloriosa que originou capitulação de Jaime II de Inglaterra e do fim da dinastia Stuart com o culminar da chamada Bill of Rights, ao fim do absolutismo em terras de Sua Majestade e ao início de uma prática política e um regime de subjugação do monarca às leis imanadas do parlamento que que havia começado com Cromwel em 1649 e que se consagrou depois de 1689 e permaneceu com notório sucesso até aos nossos dias.

Estes três marcos, também conhecidos como revoluções atlânticas, foram o rastilho e a semente para incremento das democracias parlamentares que hoje conhecemos no ocidente. Embora na Europa se aponte muitas vezes a Revolução Francesa como revolução fundadora do liberalismo e da democracia ou das democracias liberais se assim se entender chamar, facto é que esta foi a última das três revoluções e o seu "jacobinismo" e o seu carácter radical inspiraram revoluções antidemocráticas como foram os casos conhecidos na Ibero-América e até o caso português da chamada Primeira República.


Celebremos, por isso este 4 de julho, como símbolo da liberdade, do liberalismo e da democracia e saudemos Guilherme D’Orange e os seus seguidores por terem materializado em governos e sistemas políticos nacionais e internacionais aquilo que os filósofos políticos do seu tempo se deram ao trabalho de pensar e transmitir, com especial relevo e destaque para os contratualistas, Thomas Hobbes (1588-1679),John Locke (1632-1704), Montesquieu (1689-1755), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).


Se somos herdeiros dessas revoluções atlânticas? Claro que somos, ainda não fomos foi capazes de transportarmos para a nossa ordem política, para a nossa ordem social essa carga genética.

A comemorar desde 1776


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