26 de novembro de 2013

É a andar que se faz o caminho...

Perdi o meu tempo, não o tempo cronológico  esse bastardo inimigo que nos ataca fugindo, perdi o meu tempo de existir, o meu estado de alma, o tempos dos amores perfeitos e imperfeitos das venturas e desventuras. Há um tempo, esse sim cronológico, que não volta, sim esse não volta nunca por mais que o poeta o cante, que o prosador o evoque que o filósofo o ensaie. O tempo cronológico em que estou a escrever estas linhas vai passando e não fica. Ficam as linhas, ali no papel amontoadas como as pegadas que fazem no terreiro o trilho por onde vão passar outras pegadas. São as nossas palavras que nos fazem assim nesse outro tempo como as nossas pegadas fazem o nosso caminho.
De quando em vez é preciso, torna-se premente mesmo,  mudar-mos as nossas palavras, mudar-mos o nosso caminho, negar-mos a nossa própria existência para assim podermos continuar a existir como dizia Goethe. Fazer-mo-nos, refazer-mo-nos qual Fenix das cinzas renascida. 
De um monte de nervos, músculos e ossos, frágil como uma orquídea em noite de vendaval, brota um animal horrível, mau, hostil, capaz de matar por prazer, capaz infligir no próximo as maiores atrocidades, aquelas que sabe seria incapaz de suportar. O Homem, de facto, não é grande coisa.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mudarmos ou negarmos as nossas palavras, o nosso caminho ou a nossa existência, não faz sentido, nem como ato de constrição." To be or not to be" não é uma negação da vida, é uma construção, onde reinventamos e somos ou não somos diferentes dos outros , mas somos o mesmo. O que não devemos fazer são os mesmos erros pensando obter resultados diferentes.
Como seguidor deste blog, estou preocupado com este seu desabafo ou confissão (sei lá?) Talvez tenha feito anos, aqueles que nos transitam de década". Um conselho se me permite. Não mude nada, faça-o simplesmente de outra maneira.

Anónimo disse...

ai o português, o escrito, que o cidadão, tanto se me dá!...

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