27 de fevereiro de 2014

E Depois?

Os Jornais de Portugal, nomeadamente o semanário Sol, descobriram que Carlos César tem um emprego. Bem pior seria se não tivesse. Há, de facto, na generalidade dos media portugueses,  uma obsessão com o que ganham e fazem os cidadãos que desempenham cargos públicos que é transportada para uma dimensão igualmente obsessiva  antipolíticos que chega a ser repugnante.
Políticos são todos os cidadãos e não apenas os que auferem vencimento por cargos públicos. Políticos, mais do que quaisquer outros, são os jornalistas e fazedores de opinião e bom seria que fosse clara a relação entre essa classe (para não lhe chamar casta) e os poderes ocultos.

Notícia, mesmo notícia seria se o ex-presidente do Governo Regional ainda não tivesse conseguido arranjar emprego, isso sim era preocupante e motivo de parangonas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Barata
Não sei e nada tenho a ver com o facto do politico A ou B ter emprego, mas não compreendo que esteja contra o facto dos jornalistas informarem sobre o emprego dum Politico que acabou de exercer funções politicas...
Um politico que exerce cargos políticos sabe que é figura pública e que decorre do seu cargo a analise da sua vida privada naquilo que entronca com a sua vida pública, quer esta seja actual ou passada, a questão é saber se esta analise é relevante ou não, não sei o caso concreto mas em tese é fundamental saber que futuro profissional tem um ex actor politico sobretudo se este exerceu cargos públicos e isto porque este cargo pode ter directa ou indirectamente a ver com a sua ex actividade institucional e com esta estar em causa alguns aspectos de ética democrática ou mesmo de aspectos conflituantes com o direito.
Esta ideia peregrina de considerar todos os cidadãos políticos e com igual responsabilidade face à rés publica, é antes de mais uma clara desvalorização do politico "profissional" e do papel de exercício de cargos públicos, mas mais do que isto é uma tentativa(inocente ou não)de desvalorizar a responsabilidade destes face aos seus actos enquanto actores institucionais.
Quanto aos jornalistas estes têm um estatuto profissional que prevê as suas incompatibilidades e responsabilidade.
Penso e as minhas desculpas se errei que esta avaliação decorre dum certo complexo de Classe decorrente da sua participação e exercício de cargos políticos, mas por este motivo ainda se considera menos adequado.
Os políticos em exercício de cargos políticos devem ser amplamente escrutinados pela imprensa e pelo Povo(durante e depois) desde que esta analise da sua vida privada, seja feita no interesse e no respeito da Lei e na justa proporção da conflitualidade desta vida privada com o legal exercício dos seus cargos.
Porque seria escandaloso não arranjar emprego para um ex actor politico?
Talvez até fosse, um raro exemplo de honestidade irrepreensível, num País onde o desemprego é gritante.
Açor

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